Blocos
econômicos
O processo de globalização da economia
foi uma experiência que estabeleceu a intensificação das transações comerciais
e a diminuição das fronteiras que separavam as nações. Nesse contexto de
aceleração, as grandes nações capitalistas tomaram como prática a consolidação
de acordos que viabilizassem a obtenção de matérias-primas e a garantia de
novos mercados consumidores de produtos industrializados. Foi assim que notamos
a formação dos primeiros blocos econômicos na história do capitalismo.
O primeiro bloco do qual se tem notícia
foi organizado nos fins da Segunda Guerra Mundial e foi integrado por Bélgica,
Holanda e Luxemburgo. A chamada BENELUX acabou trazendo vantagens e foi capaz
de atrair novos países europeus ao longo do tempo. Com a adesão de Itália,
Alemanha e França, esse primeiro bloco econômico europeu deu origem à CEE,
sigla que designou a Comunidade Econômica Europeia. No ano de 1992, o
crescimento da referida comunidade acabou dando origem à União Europeia.
Do ponto de vista político e econômico,
a criação desses primeiros blocos europeus tinha por finalidade inicial
viabilizar a recuperação do Velho Mundo após a Segunda Guerra. Após isso, os
blocos europeus tiveram a função de fazer frente ao poderio econômico e
influência dos Estados Unidos e da antiga União Soviética na economia mundial.
Com o passar do tempo, outros blocos foram também criados com o objetivo de
articular a economia de outros países em ascensão.
No ano de 1988, foi criada uma zona de
livre comércio integrada por Estados Unidos, Canadá e México que levou o nome
de NAFTA. Ainda no continente americano, Bolívia, Peru, Equador, Peru e
Venezuela formaram o chamado Pacto Andino. Na América do Sul, Brasil, Argentina
e Uruguai organizaram o Mercosul. Chegando ao mundo oriental, a formação de
blocos econômicos foi marcada pela constituição da Apec – composta inicialmente
por Japão, China, Coreia do Sul, Tigres Asiáticos, Peru, Chile, Rússia, EUA,
México e Canadá.
Em termos gerais, os blocos econômicos
são capazes de propiciar vantagens bastante interessantes ao viabilizar o
acesso e o barateamento a determinados produtos antes caros e com pouca oferta.
Contudo, por outro lado, as ações de cooperação reduzem as possibilidades de
expansão da economia nacional em determinadas áreas em que os países parceiros
possuem maior desenvolvimento. Desse modo, os blocos podem provocar o
desemprego e a retração de certos setores industriais.
Atualmente, a grande crise enfrentada
pelos blocos econômicos vem colocando em risco esses acordos tão amplamente
organizados na segunda metade do século XX.
No ano de 2011, por exemplo, a crise da
União Europeia colocou em dúvida a permanência de países. Ainda hoje, vários
analistas colocam em dúvida a sobrevivência dos blocos na economia
internacional.
Tipos
de blocos
Os blocos econômicos classificam-se em:
·
Zona de livre comércio
·
União aduaneira (área de livre comércio com uma tarifa externa comum, ademais de outras medidas que conformem uma
política comercial externa comum).
·
Mercado comum
·
União econômica e monetária
·
Zona de preferência tarifária
Os
principais blocos econômicos
·
ALCA
·
APEC
·
MERCOSUL
·
NAFTA
·
UE
ALCA
- Acordo de Livre Comércio das Américas
A ALCA surge em 1994 com o objetivo de
eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos (exceto
Cuba). O prazo mínimo para a sua formação é de 7 anos, quando poderá
transformar-se em um dos maiores blocos comerciais do mundo.
Com o PIB total de 12,5 trilhões de
dólares (maior que o da União Europeia - U.E.), os países da ALCA somam uma
população de 790 milhões de habitantes, o dobro da registrada na U.E. Na
prática, sua formação significa abortar os projetos de expansão do MERCOSUL e
estender o NAFTA para o restante das Américas.
Os EUA são os maiores interessados em
fechar o acordo. O país participa de vários blocos comerciais e registrou em
2000 um déficit comercial de quase 480 bilhões de dólares. Precisa, portanto,
exportat mais para gerar saldo em sua balança comercial. Com uma área livre de
impostos de importação, os norte-americanos poderiam suprir as demais nações da
América com suas mercadorias.
Em maio de 2002, é aprovado nos EUA o
fast-track, que permite que o presidente do país possa negociar acordos
comerciais, permitindo ao Congresso apenas aprovar ou não os acordos, sem fazer
qualquer tipo de emenda ou modificação no texto original. A criação do
fast-track está ajudando os EUA a agilizar a implementação da ALCA.
A grande preocupação da comunidade
latino-americana, que gera a maioria das reclamações por parte dos críticos à
formação do bloco, assim como a preocupação por parte dos governos dos países
que irão fazer parte da ALCA, diz respeito às barreiras não-tarifárias (leis antidumping,
cotas de importação e normas sanitárias) que são aplicadas pelos EUA. Apesar da
livre circulação de mercadorias, essas barreiras continuariam a dificultar a
entrada de produtos provenientes da América Latina naquele mercado.
A APEC, Cooperação Econômica da Ásia e
do Pacífico, foi criada no ano de 1989 na Austrália, como um fórum de
conversação entre os países membros da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste
Asiático) e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, como EUA e Japão.
Porém, apenas no ano de 1994 adquiriu características de um bloco econômico na
Conferência de Seattle, quando os membros se comprometeram a transformar o
Pacífico em uma área de livre comércio.
A criação da APEC surgiu em decorrência
de um intenso desenvolvimento econômico ocorrido na região da Ásia e do
Pacífico, propiciando uma abertura de mercado entre 20 países mais Hong Kong
(China), além da transformação da área do sudeste asiático em uma área de livre
comércio nos anos que antecederam a criação da APEC, causando um grande impacto
na economia mundial. Um aspecto estratégico da aliança é aproximar a
economia norte-americana dos países do Pacífico, a para contrabalançar com as
economias do Japão e de Hong Kong.
Entre os aspectos positivos da criação
da APEC estão o desenvolvimento das economias dos países membros que expandiram
seus mercados, sendo que hoje em dia, além de produzirem sua mercadoria,
correspondem a 46% das exportações mundiais, além da aproximação entre a
economia norte americana e os países do Pacífico e o crescimento da Austrália
como exportadora de matérias primas para outros países membros do bloco.
Como aspectos negativos, pode-se
salientar que um dos maiores problemas da APEC, senão o maior é a grande
dificuldade em coincidir os diferentes interesses dos países membros e daqueles
que estão ligados ao bloco, como Peru, Nova Zelândia, Filipinas e Canadá. Além
disso, o bloco tem pouco valor em relação à Organização Mundial do Comércio,
mesmo sendo responsável por grande movimentação no comércio mundial.
Países Membros: os países membros da
APEC são: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia,
Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong
Kong, Taiwan, México, Papua, Nova Guiné e Chile.
Relação com o Brasil: a relação da APEC
com o Brasil não é muito direta ou explícita, porém alguns países membros da
APEC, também fariam parte da ALCA, caso seja realmente formada, além de uma reunião
que foi criada pelos membros do Foro de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico que
discutiu a globalização e durou sete dias, na qual o Brasil foi um dos temas
junto com outros países da América Latina, discutindo-se a relação entre os
países. O bloco está dividido quanto a questão do petróleo, pois vários de seus
membros são produtores e estão satisfeitos com a alta nos preços, em quanto
aqueles que precisam comprar o petróleo brigam para que o preço diminua.
MERCOSUL
- Mercado Comum do Sul
Criado em 1991, o MERCOSUL é composto
por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países sul-americanos que adotam
políticas de integração econômica e aduaneira. A origem do MERCOSUL está nos
acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80.
A partir do início da década de 90, o
ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais
abrangente. Em 1995 instala-se uma zona de livre comércio.
Cerca de 90% das mercadorias fabricadas
nos países-membros podem ser comercializadas internamente sem tarifa de
importação. Alguns setores, porém, mantém barreiras tarifárias temporárias, que
deverão ser reduzidas gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o
MERCOSUL estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas
para diversos itens. Ou seja: os países-membros comprometem-se a manter a
mesma alíquota de importação para determinados produtos.
Os países-membros totalizam uma
população de 206 milhões de habitantes e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. A
sede do MERCOSUL se alterna entre as capitais desses países. Segundo cláusula
de 1996 só integram o MERCOSUL nações com instituições políticas democráticas.
Chile e Bolívia são membros associados, assinando tratado para a formação de
zona de livre comércio, mas não entram na união aduaneira.
O NAFTA é um instrumento de integração
entre a economia dos EUA, do Canadá e do México. O primeiro passo para sua
criação é o tratado de livre comércio assinado por norte-americanos e
canadenses em 1988, ao qual os mexicanos aderem em 1992.
A ratificação do NAFTA, em 1993, vem
para consolidar o intenso comércio regional já existente na América do Norte e
para enfrentar a concorrência representada pela União Europeia. Entra em vigor
em 1994, estabelecendo o prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras
alfandegárias entre os três países. Seu mais importante resultado até hoje é a
ajuda financeira prestada pelos EUA ao México durante a crise cambial de 1994,
que teve grande repercussão na economia global.
Conhecido inicialmente como Comunidade
Econômica Europeia (CEE), o bloco econômico formado por 15 países da Europa
Ocidental passa formalmente a ser chamada de UNIÃO EUROPEIA (EU) em 1993,
quando o Tratado de Maastricht entra em vigor. É o segundo maior bloco
econômico do mundo em termos de PIB, com uma população de 374 milhões de
pessoas.
Histórico:
1951 - Criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço;
1957 - Tratado de Roma (Comunidade Econômica Europeia - Europa dos 6);
1992 - Consolidação do Mercado Comum Europeu (eliminação das barreiras alfandegárias);
1993 - Entra em vigor o Tratado de Maastricht (Holanda), assinado em 1991. Membros: França, Itália, Luxemburgo, Holanda, Bélgica, Alemanha (1957), Dinamarca, Irlanda, Reino Unido (1973), Grécia, Espanha, Portugal (1981/1986), Áustria, Suécia e Finlândia. Em 2004 ocorreu o ingresso de mais 10 países: Letônia, Estônia, Lituânia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria, Malta e Chipre.
1951 - Criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço;
1957 - Tratado de Roma (Comunidade Econômica Europeia - Europa dos 6);
1992 - Consolidação do Mercado Comum Europeu (eliminação das barreiras alfandegárias);
1993 - Entra em vigor o Tratado de Maastricht (Holanda), assinado em 1991. Membros: França, Itália, Luxemburgo, Holanda, Bélgica, Alemanha (1957), Dinamarca, Irlanda, Reino Unido (1973), Grécia, Espanha, Portugal (1981/1986), Áustria, Suécia e Finlândia. Em 2004 ocorreu o ingresso de mais 10 países: Letônia, Estônia, Lituânia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria, Malta e Chipre.
A CEI é uma organização criada em 1991
que integra 12 das 15 repúblicas que formavam a URSS. Ficam de fora apenas os
três Estados bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia.
Sediada em Minsk, capital da Belarus,
organiza-se em uma confederação de Estados, preservando a soberania de cada um.
Sua estrutura abriga dois conselhos: um formado pelos chefes de Estados, e
outro pelos chefes de Governo, que se encontram de três em três meses.
No ato de criação, a comunidade prevê a
centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o Rublo. Na
prática, porém, as ex-repúblicas não chegam a um consenso sobre integração
político-econômica. Somente em 1997 todos os membros, exceto a Geórgia, assinam
um acordo para estabelecer uma união alfandegária e dobrar o comércio interno
até o ano de 2000.
Fonte:
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