segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Blocos econômicos - 3º ano - Colégio Meta (Vila Boa)

Blocos econômicos

O processo de globalização da economia foi uma experiência que estabeleceu a intensificação das transações comerciais e a diminuição das fronteiras que separavam as nações. Nesse contexto de aceleração, as grandes nações capitalistas tomaram como prática a consolidação de acordos que viabilizassem a obtenção de matérias-primas e a garantia de novos mercados consumidores de produtos industrializados. Foi assim que notamos a formação dos primeiros blocos econômicos na história do capitalismo.
O primeiro bloco do qual se tem notícia foi organizado nos fins da Segunda Guerra Mundial e foi integrado por Bélgica, Holanda e Luxemburgo. A chamada BENELUX acabou trazendo vantagens e foi capaz de atrair novos países europeus ao longo do tempo. Com a adesão de Itália, Alemanha e França, esse primeiro bloco econômico europeu deu origem à CEE, sigla que designou a Comunidade Econômica Europeia. No ano de 1992, o crescimento da referida comunidade acabou dando origem à União Europeia.
Do ponto de vista político e econômico, a criação desses primeiros blocos europeus tinha por finalidade inicial viabilizar a recuperação do Velho Mundo após a Segunda Guerra. Após isso, os blocos europeus tiveram a função de fazer frente ao poderio econômico e influência dos Estados Unidos e da antiga União Soviética na economia mundial. Com o passar do tempo, outros blocos foram também criados com o objetivo de articular a economia de outros países em ascensão.
No ano de 1988, foi criada uma zona de livre comércio integrada por Estados Unidos, Canadá e México que levou o nome de NAFTA. Ainda no continente americano, Bolívia, Peru, Equador, Peru e Venezuela formaram o chamado Pacto Andino. Na América do Sul, Brasil, Argentina e Uruguai organizaram o Mercosul. Chegando ao mundo oriental, a formação de blocos econômicos foi marcada pela constituição da Apec – composta inicialmente por Japão, China, Coreia do Sul, Tigres Asiáticos, Peru, Chile, Rússia, EUA, México e Canadá.
Em termos gerais, os blocos econômicos são capazes de propiciar vantagens bastante interessantes ao viabilizar o acesso e o barateamento a determinados produtos antes caros e com pouca oferta. Contudo, por outro lado, as ações de cooperação reduzem as possibilidades de expansão da economia nacional em determinadas áreas em que os países parceiros possuem maior desenvolvimento. Desse modo, os blocos podem provocar o desemprego e a retração de certos setores industriais.
Atualmente, a grande crise enfrentada pelos blocos econômicos vem colocando em risco esses acordos tão amplamente organizados na segunda metade do século XX.
No ano de 2011, por exemplo, a crise da União Europeia colocou em dúvida a permanência de países. Ainda hoje, vários analistas colocam em dúvida a sobrevivência dos blocos na economia internacional.

Tipos de blocos

Os blocos econômicos classificam-se em:
·         Zona de livre comércio
·         União aduaneira (área de livre comércio com uma tarifa externa comum, ademais de outras medidas que conformem uma política comercial externa comum).
·         Mercado comum
·         União econômica e monetária
·         Zona de preferência tarifária
Os principais blocos econômicos
·         ALCA
·         APEC
·         MERCOSUL
·         NAFTA
·         UE

ALCA - Acordo de Livre Comércio das Américas

A ALCA surge em 1994 com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos (exceto Cuba). O prazo mínimo para a sua formação é de 7 anos, quando poderá transformar-se em um dos maiores blocos comerciais do mundo. 
Com o PIB total de 12,5 trilhões de dólares (maior que o da União Europeia - U.E.), os países da ALCA somam uma população de 790 milhões de habitantes, o dobro da registrada na U.E. Na prática, sua formação significa abortar os projetos de expansão do MERCOSUL e estender o NAFTA para o restante das Américas. 
Os EUA são os maiores interessados em fechar o acordo. O país participa de vários blocos comerciais e registrou em 2000 um déficit comercial de quase 480 bilhões de dólares. Precisa, portanto, exportat mais para gerar saldo em sua balança comercial. Com uma área livre de impostos de importação, os norte-americanos poderiam suprir as demais nações da América com suas mercadorias.
Em maio de 2002, é aprovado nos EUA o fast-track, que permite que o presidente do país possa negociar acordos comerciais, permitindo ao Congresso apenas aprovar ou não os acordos, sem fazer qualquer tipo de emenda ou modificação no texto original. A criação do fast-track está ajudando os EUA a agilizar a implementação da ALCA. 
A grande preocupação da comunidade latino-americana, que gera a maioria das reclamações por parte dos críticos à formação do bloco, assim como a preocupação por parte dos governos dos países que irão fazer parte da ALCA, diz respeito às barreiras não-tarifárias (leis antidumping, cotas de importação e normas sanitárias) que são aplicadas pelos EUA. Apesar da livre circulação de mercadorias, essas barreiras continuariam a dificultar a entrada de produtos provenientes da América Latina naquele mercado.

APEC - Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico      

A APEC, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, foi criada no ano de 1989 na Austrália, como um fórum de conversação entre os países membros da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, como EUA e Japão. Porém, apenas no ano de 1994 adquiriu características de um bloco econômico na Conferência de Seattle, quando os membros se comprometeram a transformar o Pacífico em uma área de livre comércio.
A criação da APEC surgiu em decorrência de um intenso desenvolvimento econômico ocorrido na região da Ásia e do Pacífico, propiciando uma abertura de mercado entre 20 países mais Hong Kong (China), além da transformação da área do sudeste asiático em uma área de livre comércio nos anos que antecederam a criação da APEC, causando um grande impacto na economia mundial. Um aspecto estratégico da aliança é aproximar a economia norte-americana dos países do Pacífico, a para contrabalançar com as economias do Japão e de Hong Kong.
Entre os aspectos positivos da criação da APEC estão o desenvolvimento das economias dos países membros que expandiram seus mercados, sendo que hoje em dia, além de produzirem sua mercadoria, correspondem a 46% das exportações mundiais, além da aproximação entre a economia norte americana e os países do Pacífico e o crescimento da Austrália como exportadora de matérias primas para outros países membros do bloco.
Como aspectos negativos, pode-se salientar que um dos maiores problemas da APEC, senão o maior é a grande dificuldade em coincidir os diferentes interesses dos países membros e daqueles que estão ligados ao bloco, como Peru, Nova Zelândia, Filipinas e Canadá. Além disso, o bloco tem pouco valor em relação à Organização Mundial do Comércio, mesmo sendo responsável por grande movimentação no comércio mundial.
Países Membros: os países membros da APEC são: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua, Nova Guiné e Chile.
Relação com o Brasil: a relação da APEC com o Brasil não é muito direta ou explícita, porém alguns países membros da APEC, também fariam parte da ALCA, caso seja realmente formada, além de uma reunião que foi criada pelos membros do Foro de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico que discutiu a globalização e durou sete dias, na qual o Brasil foi um dos temas junto com outros países da América Latina, discutindo-se a relação entre os países. O bloco está dividido quanto a questão do petróleo, pois vários de seus membros são produtores e estão satisfeitos com a alta nos preços, em quanto aqueles que precisam comprar o petróleo brigam para que o preço diminua. 

MERCOSUL - Mercado Comum do Sul 

Criado em 1991, o MERCOSUL é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países sul-americanos que adotam políticas de integração econômica e aduaneira. A origem do MERCOSUL está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80. 
A partir do início da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais abrangente. Em 1995 instala-se uma zona de livre comércio.
Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países-membros podem ser comercializadas internamente sem tarifa de importação. Alguns setores, porém, mantém barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o MERCOSUL estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens. Ou seja: os países-membros comprometem-se a manter a mesma alíquota de importação para determinados produtos.   
Os países-membros totalizam uma população de 206 milhões de habitantes e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. A sede do MERCOSUL se alterna entre as capitais desses países. Segundo cláusula de 1996 só integram o MERCOSUL nações com instituições políticas democráticas. Chile e Bolívia são membros associados, assinando tratado para a formação de zona de livre comércio, mas não entram na união aduaneira.

NAFTA - Acordo de Livre Comércio da América do Norte 

O NAFTA é um instrumento de integração entre a economia dos EUA, do Canadá e do México. O primeiro passo para sua criação é o tratado de livre comércio assinado por norte-americanos e canadenses em 1988, ao qual os mexicanos aderem em 1992.
A ratificação do NAFTA, em 1993, vem para consolidar o intenso comércio regional já existente na América do Norte e para enfrentar a concorrência representada pela União Europeia. Entra em vigor em 1994, estabelecendo o prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países. Seu mais importante resultado até hoje é a ajuda financeira prestada pelos EUA ao México durante a crise cambial de 1994, que teve grande repercussão na economia global.

EU - União Europeia 

Conhecido inicialmente como Comunidade Econômica Europeia (CEE), o bloco econômico formado por 15 países da Europa Ocidental passa formalmente a ser chamada de UNIÃO EUROPEIA (EU) em 1993, quando o Tratado de Maastricht entra em vigor. É o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB, com uma população de 374 milhões de pessoas.
Histórico:
1951 - Criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço;
1957 - Tratado de Roma (Comunidade Econômica Europeia - Europa dos 6);     
1992 - Consolidação do Mercado Comum Europeu (eliminação das barreiras alfandegárias);     
1993 - Entra em vigor o Tratado de Maastricht (Holanda), assinado em 1991.  Membros: França, Itália, Luxemburgo, Holanda, Bélgica, Alemanha (1957), Dinamarca, Irlanda, Reino Unido (1973), Grécia, Espanha, Portugal (1981/1986), Áustria, Suécia e Finlândia. Em 2004 ocorreu o ingresso de mais 10 países: Letônia, Estônia, Lituânia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria, Malta e Chipre.

CEI - Comunidade dos Estados Independentes  

A CEI é uma organização criada em 1991 que integra 12 das 15 repúblicas que formavam a URSS. Ficam de fora apenas os três Estados bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia.
Sediada em Minsk, capital da Belarus, organiza-se em uma confederação de Estados, preservando a soberania de cada um. Sua estrutura abriga dois conselhos: um formado pelos chefes de Estados, e outro pelos chefes de Governo, que se encontram de três em três meses.
No ato de criação, a comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o Rublo. Na prática, porém, as ex-repúblicas não chegam a um consenso sobre integração político-econômica. Somente em 1997 todos os membros, exceto a Geórgia, assinam um acordo para estabelecer uma união alfandegária e dobrar o comércio interno até o ano de 2000.  

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